Erikson

 

O desenvolvimento psicossocial


Eric Erikson nasceu em 1902 na Alemanha, mas vive a maior parte da sua vida nos Estados Unidos, formou-se em psicanálise no Instituto de Viena e assumiu uma atitude crítica em relação à mesma pois não dava importância às interações entre o indivíduo e o meio. Começa assim a ser clara a existência de diferenças entre Erikson e Freud. Eric considera também que o desenvolvimento não termina na adolescência mas saque decorre até à morte do indivíduo, apresentando 8 estádios psicossociais. Cada período de desenvolvimento é caracterizado por tarefas específicas e pela experiência de determinado conflito ou crise.  As tarefas têm de ser cumpridas para existir uma progressão para o estádio seguinte e é através da resolução do conflito que o indivíduo adquire novas capacidades específicas do respetivo estádio.  Resumindo cada estádio distingue-se por uma tarefa, que Erikson denomina crise é que lhe possibilitará a aquisição de novas potencialidades.
 Hoje vamos centrar-nos no quinto e sexto estádios, para vos dar a conhecer um bocadinho mais sobre Erikson. Estes estádios caracterizam-se pelo início da vida adulta fazendo o indivíduo deparar-se com questões sobre a sua personalidade e a sua relação com os outros.

5.º ESTÁDIO 
Decorre entre os doze e os vinte anos e é aqui que nos deparamos com o problema “identidade vs confusão da identidade”. A pergunta que caracteriza este estádio é a seguinte: Quem sou e o que serei?
O adolescente depara-se com a conhecida “crise de identidade” ao perceber que existem milhares de opções, há muitas escolhas a fazer e existe uma clara preocupação coma imagem e com o papel que irá assumir na sociedade, o indivíduo procura diferentes alternativas e por vezes necessita da aprovação dos que o rodeiam. 
Assim sendo, o núcleo de relações encontra-se nos colegas e amigos e a tarefa a cumprir neste estádio é a construção da identidade. Ao cumprir esta crise o adolescente adquire virtudes como fidelidade, lealdade e a capacidade de aceitar compromissos. Tornar-se-á numa pessoa que sabe quem é e o que quer da vida, tem segurança e independência, é capaz de aprender muito e tem uma sexualidade integrada. 
Em contraste, se o indivíduo não superar corretamente este estádio ficará com um ego fraco e poderá tornar-se numa pessoa mais influenciável dos que antes. Não sabe o que quer, nem situar-se face ao trabalho, à sociedade e à sua sexualidade.

6.º ESTÁDIO 
Decorre entre os vinte e os trinta e cinco anos e é neste estádio que nos deparamos com o problema “intimidade vs isolamento”. Sendo assim, a pergunta que o caracteriza é a seguinte: Partilharei a minha vida com alguém ou viverei sozinho? 
O jovem adulto chega a uma fase da sua vida em que o seu núcleo de relações se centra nos parceiros com ligações de amizade, sexo ou cooperação. E a tarefa que deve cumprir é o desenvolvimento de relações de amizade e afeto. O indivíduo pode encontrar-se ou perder-se no outro, não alcançado a intimidade. 
A intimidade é a capacidade para unir a sua identidade à de outra pessoa sem ter medo de se perder a si mesmo e caracteriza a superação deste estádio com sucesso. Para além disso um indivíduo que ultrapassa o 6.º estádio cumprindo a tarefa corretamente apresenta capacidade de amar e de se entregar ao seu parceiro, uma sexualidade enriquecedora e vínculos sociais estáveis e abertos. Tem um sentimento de conforto consigo mesmo que o permite estabelecer relações de afeto saudáveis. 
No entanto, alguém que não supere o conflito terá um enorme sentimento de isolamento que provocará a procura de relações estereotipadas. Ao longo da sua vida vai ter dificuldades em relacionar-se e em manter  relações autênticas, saudáveis e estáveis.



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