Sala de Memórias
“Aquelas sala de estar não tem portadas
Há sempre vento a entrar.
Do pó que brilha na luz,
Sobem antigas gargalhadas no ar.
Já viu tapetes, a sala.
Já viu mobília escura, mobília nova,
Até mobílias mal arrumadas.
Já ouviu festas e ternuras
E presenciou discussões inacabadas.
Tem tinta gasta nas paredes,
Que foi pintada por cima
De outra tinta ainda.
Há buracos nos recantos,
Vestígios de pequenas manchas de bolor
E uma peça de lego algures no chão
Que se perdeu nos entretantos.
Se gritares, faz eco,
Mas só hoje em dia,
Porque está vazia.
No teto alto,
Outrora descansou um candeeiro
Que fazia sombras dançar
O ano inteiro.
Lá na sala de estar,
Agora não se senta ninguém
Se não os raios de sol
E as memórias de outrem.”
Sherlock Blogger
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