Miragem
“No parapeito onde me costumo sentar,
Consigo sempre balançar as pernas.
À minha frente, tenho um penhasco.
Atrás de mim, uma sala de fiasco.
Então, fico assim, só a matutar.
Sinto o vento na cara,
Gosto dele porque cheira a mar.
Há vezes ainda
Em que verifico se estás ao meu lado.
Se fechar os olhos,
Nem preciso de pensar muito,
Vejo-te nitidamente ali sentado.
Balanças as pernas, como eu.
Sorris em frente,
Porque voltares-te para trás nunca foi teu.
Talvez por isso, quando estendes a mão
E olhas para mim,
Eu sorrio também
E sigo-te lá para o longe,
Para onde queres estar.
Afinal, parece que, às vezes,
Mais vale deixar-mo-nos ir
Do que nos deixarmos ficar.”
Sherlock Blogger
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